A ideia de democracia.

Uma das razões da construção deste blog,por parte de alguns dos seus mentores originais era a de proporcionar um forúm de discussão livre e sem redéas ideológicas, para que se discutisse livremente ,entre muitas coisas, a ideia de democracia.

Logo:

Pode a ideia do que é (deve ser) uma democracia verdadeira resistir aos constantes golpes que lhe tem sido dados, quer por interesses económicos ,quer pela classe política?

Pode a ideia do que é uma democracia verdadeira resistir a discursos políticos que afirmam que uma coisa é de uma maneira e , depois de eleitos os políticos , os seus discursos mudam 180 graus e passam a dizer que uma coisa é o seu contrário?

Será que não é altura de nos auto questionarmos acerca da completa esquizofrénia que os comportamentos atrás descritos sugerem?

Como é possível criar um clima de confiança autêntico e motivador junto de toda uma população , fazendo com que esta acredite que existe uma ideia colectiva democrática de país, quando a ideia de democracia é permanentemente atacada? Directa e indirectamente?

Questões eminentemente políticas e que devem ser discutidas e debatidas de forma política, por políticos , foram afastadas para a "arêa técnica". Sujeitas a exclusivos critérios técnicos...

Ou seja , "técnicos"(que ninguém verdadeiramente controla), decidem "tecnicamente..."

Levada esta situação a um ponto extremo , como parece estar já a acontecer , começa-se a criar e a manter um bizarro ritual que são as eleições.

Daqui a pouco , luminárias pseudo esclarecidas , estarão a proclamar discursos gongóricos e tonitruantes afirmando que não vale a pena gastar os , sensivelmente, 25 milhões de euros para organizar umas eleições. Luminárias que são da direita ideológica , conservadora e democrata-cristâ , mas também de esquerda(e da "esquerda moderna"também). Ainda não se chegou lá , mas pouco falta no conceito de, "descredibilizar eleições".

O recente exemplo é o caso do aborto. Primeiro o mantra vendido exaustivamente na anestesiada sociedade portuguesa , como algo a fazer, já ontem, era o referendo europeu. Em detrimento do aborto.

Agora o referendo do aborto já passou para a ordem do dia. Com um simples estalar de dedos mágico.

Será que não se entende que isto descridibiliza completamente a ideia de democracia na sociedade portuguesa e a tenúe credibilidade que as instituições tem vai pelo cano abaixo?

Proponho um exercicio diferente: pensar ao contrário.

Porque não pensar que estas manobras são mesmo feitas com o objectivo oculto e inconfessado de sabotar a ideia de democracia?