quinta-feira, janeiro 19, 2006

FAÇAMOS UM SOPUNHÂMÚS...

Imaginemos que no domingo Cavaco não chega aos 50 % e Alegre passa mesmo à segunda volta (pois, milagres só em Fátima).
Em que pé fica o PS? Este resultado será encarado como uma vitória (afinal a esquerda força a segunda volta) ou como uma derrota (o candidato do PS leva um banho nas urnas)?
Quase que tenho vontade que isto aconteça só para ver o exercício de contorcionismo politico que Sócrates vai fazer, aliás muito ao jeito do PCP, sempre pronto a transformar derrotas em vitórias.
E no caso de isto acontecer, com que cara é que o PS vai dar o seu apoio a Manuel alegre? A direcção do PS vai engolir um sapo ainda maior que aquele que os comunas engoliram em 1985, mas também quem é que se lembra disso?
E Alegre? Se à esquerda da sua esquerda a decisão é mais ou menos pacífica, em que tom irá ele pedir(ou não) o apoio ao seu partido? O tal que o tratou abaixo de cão rafeiro (he he he) ? Lindo era o desprezo, Alegre simplesmente não querer saber do PS e passar a bola para o lado dos que o desprezaram, pois se tem o apoio das bases ...
E como irá Soares dar o bracito a torcer? Com a sua bonomia e tranquilidade de sempre? Se fizer isto cometerá um tremendo erro político, não ele, que está acabado, mas a direcção do PS que não viu que estava a seguir por um caminho enquanto o resto do partido seguiu por outro. É que o PS não é só comissões políticas e secretariados nacionais, também tem uma coisa chata a que se costuma chamar bases, e que ao contrário do que muito boa gente (bem instalada e sem fazer a mínima ideia do que a vida custa) pensa, não são rebanhos letárgicos.
Será que finalmente vão perceber o seu erro? Se estes senhores não sabem qual foi eu terei todo o gosto em explicar, ora aqui vai:
Não se arranja um candidato nacional em almoçaradas da comissão politica, como Alegre e Vitorino sabem de cor e salteado, percebem agora porque é que o baixinho disse que não? Porque sabia que apesar de ter as chefias todas a apoiar, a sua candidatura nunca seria nacional.
Se Alegre tivesse tido o apoio que Soares teve haveria de certeza uma segunda volta e talvez mesmo a vitória.
E para acabar, uma teoriazinha da conspiração (já cá faltava): sabendo disto, Sócrates preferiu não eleger um dos seus e lidar com Cavaco, que sempre é mais fácil de engolir que Alegre.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tinhas jeito para comentador politico, gosto de ver (ler) o teu pensamento

2:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Spartakus, ora aqui está uma boa comparação, gosto de ouvir o homem a falar, eheheheh

3:11 da tarde  
Blogger SATANUCHO said...

caros amigos apenas tento traduzir ( à minha maneira,claro) o que se diz e faz na campamha e é verdade, admiro o professor marcelo, não por sermos da mesma area politica mas porque me ensinou as diversas formas de ler um artigo de ouvir um comentario politico, enfim ,de ler as famosas entrelinhas...

4:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois admiras muito bem.
Por isso gostei da comparação, achei muito boa mesmo (quando disse que tinhas jeito para comentador politico, estava a pensar no Marcelo)

5:46 da tarde  

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