A quem é que isto aproveita?
Esta semana tive que ir ao centro de saude da minha área. Podia ser pior.
Podia ter que estar no Iraque, bem no meio de um atentado.
Observam-se coisas curiosas num centro de saúde. Neste observei que o funcionário público que estava a atender os utentes se esforçava tremendamente.
Mas a estrutura que o apoia(devia apoiar) não funcionava, porque ... é ridicula.
Senão vejamos: um utente queria mudar os dados relativos à sua morada ,número de telefone e demais questões conexas.
TUDO, questões meramente admnistrativas; a serem tratadas por funcionários apenas encarregados disso mesmo, sem interferência de qualquer outra entidade .Pensava eu...
O funcionário, apesar de todo o seu esforço ,teve dificuldades em resolver o assunto.
Chegado a este ponto, as 17 pesssoas que lêem este blog perguntam: e porquê?
Porque a( des) organização dos serviços estatais é ...inteligente...digo eu...
Para inserir os novos dados no computador, relacionados com o utente, o funcionário público, apenas conseguiu inserir alguns campos de dados; quando quis pôr a nova morada, salvo erro, um bloqueio no programa informático, de origem do próprio software, impedia-o. Só faltou, digamos assim, ser atacado por um javali selvagem...para que as dificuldades fossem cósmicas...
Mas, o que foi caricato, foi aquilo que eu próprio escutei: era necessário que a "doutora", ou seja, a nova médica atribuida ao doente(ou a que lhe saiu em sorteio, direi eu ,venenoso) desse "autorização" para que, tal manobra admnistrativa complexa e de difícil execução, fosse implementada.
O utente já tinha ,préviamente, falado com a "doutora", que tinha feito o verbal favor de dizer que sim, que aceitava a "transferência".Uns dias antes,presumo.
Mas ... a que proposito é que um médico deve ou não, num centro de saúde, aceitar ou não, um novo doente que vem transferido de fora de Lisboa? ou de outro sítio qualquer?
Isto é Portugal...
Voltemos ao funcionário público.
Estava impossibilitado de digitar os novos dados pelo bloqueio de um determinado campo de dados (do software de computador) e estava impedido de fazer isto logo na altura, porque "era necessário pedir autorização/confirmar com a "doutora".
Quem fica mal visto neste quadro?
- o funcionário publico. O sítio onde ele está a tentar trabalhar.
Quem escapa, tendencialmente, a ficar mal visto nisto?
- os "senhores doutores médicos", o sistema administrativo assim organizado.
Quem é prejudicado fortemente com isto?
- os utentes que esperam muito mais tempo do que é necessário esperarem , para tratarem de simples problemas administrativos.
- Não sendo estes problemas tratados com a rapidez que lhes é inerente, implicam a impossibilidade de adquirir o cartão de utente com os dados actualizados, e, consequentemente, poderem marcar uma simples consulta no SNS.
Médicos a terem " direito de veto" sobre meras e simples operações admnistrativas...que não lhes dizem respeito, mas sim aos funcionários publicos administrativos que desempenham essas meras tarefas administrativas.
Softwares de computador caros e com interface gráficos defeituosos.
A quem é que isto aproveita?
À esquerda? À direita?
A quem é que isto aproveita?
6 Comments:
É o funcionamento normal de um centro de saude, mas assim, sempre esteve intertido enquanto esperava.
mais tarde poderei partilhar algumas reflexões sobre o sns e sobre quem lá trabalha...
por acaso tambem tenho uma boa para vos contar sobre o sns açoriano , se acham que por ai é mau...
Quando estiver mais pratico,eu digo-te
Talvês venha acontecer?TARBERNACLE, que nunca venha a apanhar um médico (dito portugues ) que venha a fazer a sua liçâo de moral, e o seu retardismos com os clientes,pagos a mesma com o nosso dinheiro!B,ok
O S.N.S português, de que muitos dizem mal e que numerosos interesses pretendem confiscar,
É um dos melhores do mundo, de acordo com a O.M.S.
Um dia vamos chorar uma das poucas coisas boas que temos.
Até os médicos e enfermeiros são dos melhores. Acreditem.
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