quinta-feira, junho 30, 2005

O processo ... ou kafka outra vez.

Hospital amadora- sintra durante a tarde. Uma senhora vem até ao balcão das consultas externas. Queixa-se do que lhe aconteceu na arêa de pneumologia , a ela e ao seu marido. O marido era utente/doente habitual do hospital amadora sintra ; ia lá para fazer consultas regularmente.
Chegado lá , à consulta , era necessário o processo clinico. O processo clinico está no arquivo do hospital. Os arquivadores não encontram o processo clinico.
O marido não pode ser consultado pelo médico ou melhor , o medico está a voar às cegas sem processo clinico ... neste caso.
Insistência do médico junto dos arquivadores e o processo continua não ser encontrado/a aparecer. A CONSULTA AO QUE PARECE É ADIADA . Até que apareça o processo...
A esposa , farta e frustrada com a situação vai ela própria até ao arquivo no sentido de saber porque é que não encontram o processo do marido.
Não o encontram. Pelo meio da conversa , dizem-lhe que existem mais de 1000 processos à espera de serem arquivados. Incrédula, a senhora está agora no balcão das consultas externas a explicar isto e a exigir saber como é possivel que o processo do marido não apareça.
A funcionária do balcão da consulta externa diz-lhe que não é possivel , nem de perto nem de longe existirem 1000 processos à espera para serem arquivados. É que os processos estarão lá em baixo nas "tecnicas".
A senhora contra argumenta : mas a sua colega lá de baixo diz que as "técnicas" foram transferidas para o sitio tal e tal...
A coordenação de serviços e a qualidade de serviço de um hospital sob gestão privada sao realmente diferentes.
A funcionária das consultas externas acrescenta ainda o seguinte: eu vou chamar a funcionária do gabinete do utente para que ela resolva a situação.
A funcionária do gabinete do utente está a atender outra reclamação. Estão duas pessoas à espera para serem atendidas sendo uma delas esta senhora a quem perderam o processo do marido.
Até chegar a ser atendida pela funcionária do gabinete do utente passa meia hora. Perante a incapacidade da senhora em perceber qual era a lógica de ir até ao gabinete do utente para que alguém lhe resolvesse o problema .

É o hospital amadora-sintra e a eficientíssima gestão privada em funcionamento.
É como eu disse um destes dias a um amigo meu: besuntá-los com mel e enfiâ-los numa toca de ursos. Era limpinho.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a solução é dar uma morada falsa e ir ao hospital de santa maria, enquanto ainda existe. e de preferência conhecer alguém que lá trabalhe. e de preferância um médico. o serviço público de saúde funciona essencialmente na base de troca de favores entre médicos (excepto nas urgências se estiveres mesmo na eminência de passar para o outro lado, se só te sentires mal, dizem-te que tens uma infecção urinária e mandam-te para casa com um antibiótico, por isso convém mesmo fazer um pouco de fita).

6:08 da tarde  
Blogger SATANUCHO said...

era pinta-los de preto e larga-los na praia de carcavelos num domingo à tarde

10:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um tem armas de destruiçâo macivas!Outro raptou pobres meninos!E o proximo nâo acredita em deus! O outro nâo tem 25 centimetros!O outro,tem guns made-in-China, e o outro chegou ao escritorio, e disse todo contente..chefe fiquei em segundo lugar,o chefe com um olhar de deprêzo!Os segundos sâo os premeiros dos ultimos, e a vossa constituiçâo fosse séria,talvêz os politicos servisem para algo

12:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

nada é sério, excepto os políticos, quando não se riem.

2:41 da tarde  

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