AINDA O ARRASTÃO
É SABIDO, A PRAGA DA ANDRINGA PERCEGUE-ME desde que cometi a heresia de fazer troça de todo o pânico social gerado em torno dos acontecimentos do dia 10 de Junho, feriado nacional, dia de Portugal, dia muito apreciado pelos habitantes da grande Lisboa que não tiveram dinheiro para fazer ponte para o Algarve para rumar às praias da Costa da Caparica e da Linha do Estoril.
Pois bem, numa tentativa, porventura vã, de esconjurar esta praga que me tem valido valentes insónias, resolvi seguir o trilho da Andringa, e, mesmo não sendo jornalista, fiz uma pequena investigação sobre o que se passou nesse dia na Praia de Carcavelos.
Eu soube do caso do arrastão pela televisão, como a maior parte das pessoas que não estiveram na Praia de Carcavelos nesse dia. Fiquei impressionado, dado o número de pessoas envolvidas apontado: 500!!! Só quem não anda nas ruas de Lisboa, só quem não anda de transportes público, só quem nunca frequentou escolas públicas, quem tem deficiências mentais profundas ou então quem é tapadinho de todo é que pode dizer que nunca ouviu falar ou teve sinais da existência da gangs, grupos de adolescentes que se juntam para se dedicarem a actos de delinquência de forma organizada. Mas, sendo um gang constituído por algumas dezenas de pessoas, talvez um máximo de 40, juntar 500 pessoas numa acção concertada exigia uma certa capacidade de organização.
Como não estive lá, fiz como a Andringa, fui falar com pessoas que tivessem dados concretos sobre o acontecimento. Não fui falar com a Polícia, não valia a pena, a Andringa já o tinha feito por mim. Fui falar com pessoas com quem a Andringa não falou.
Calha por acaso que uma amiga minha, desempregada como eu, ‘trabalha’ em troca da manutenção do subsídio de desemprego num programa de ocupação de tempos livres num bairro social do Concelho de Oeiras. Dá explicações de biologia, física, matemática e outras matérias tão do agrado dos jovens estudantes dos bairros degradados. Portanto, a minha amiga dá explicações a alguns dos simpáticos jovens que estiveram nesse dia na Praia de Carcavelos. APOSTO QUE A ANDRINGA NÃO TEM AMIGAS DESEMPREGADAS QUE DÃO EXPLICAÇÕES A DELINQUENTES.
Mas, voltemos ao assunto. Os simpáticos jovens deram à minha amiga a sua própria versão dos factos ( já agora, ninguém achou estranho que nos dias que se seguiram ao acontecido, nenhum jornalista tenha procurado entrevistar algum destes simpáticos jovens? nem nenhuma das eventuais vítimas?).
Segundo eles, o que realmente aconteceu, foi um acto de vingança contra os concessionários dos cafés e bares da Praia de Carcavelos. Portanto, houve de facto premeditação, não para roubar (daí que não tenha havido queixas por roubo na PSP), mas para criar uma sensação de insegurança que afastasse as pessoas da Praia, e por essa via prejudicar o negócio aos concessionários. O porquê do acto de vingança, não sei, presumo que possa estar ligado a alguma forma de extorsão. Não eram 500, mas eram vários gang a actuar concertadamente ( 500 terá sido o número de pessoas de fenótipo tipicamente africano que estavam na área, umas por acaso, outras não- toda a gente sabe que Carcavelos de enche de pretos (e também de pessoas com outros tons de pele) ao fim de semana ou nos feriados). O que se viu nas poucas imagens que pudemos ver, foi uma rixa entre gangs de cabo-verdianos contra gangs de angolanos. Não sei se sabem, mas as duas comunidades étnicas não nutrem uma particular estima mútua. Para os angolanos, os cabo-verdianos são africanos de segunda.
Esta ideia de que não houve um verdadeiro arrastão, no sentido brasileiro do termo, é corroborada por outro amigo meu, que esteve na praia nesse dia, à hora dos acontecimentos. APOSTO QUE A ANDRINGA NÃO TEM AMIGOS QUE TENHAM ESTADO NA PRAIA DE CARCAVELOS NO DIA DO ARRASTÃO!
Este meu amigo NÃO DEU POR NADA. Ninguém o incomodou, e nem sequer notou nada de anormal para um dia quente numa praia cheia de gente. A praia é grande, é natural que estivesse numa zona diferente, mas a verdade é que só soube do arrastão quando chegou a casa e viu na TV.
Quanto aos concessionários, lembro-me de ver declarações na TV em que um concessionário se queixava da falta de policiamento, e de como era isto estava para acontecer, porque já tinha havido sinais antes. Presumo que estivesse a referir-se implicitamente a anteriores manobras de intimidação ou de extorsão. Entretanto, é natural que os concessionários, tendo compreendido a mensagem, não tenham querido prejudicar mais ainda o negócio alimentando especulações.
É inegável, pelo menos parece-me a mim inegável, que houve inicialmente uma tentativa de aproveitamento sensacionalista do acontecimento por parte da comunicação social, sobretudo das estações de TV. Porque razão não se seguiu uma investigação jornalística séria sobre o acontecimento, ou mais genericamente sobre o fenómeno dos gangs, não sei, não percebo, e acho que é um preocupante sinal da crescente falta de qualidade do jornalismo made in Portugal. Pelo contrário, o que se seguiu foi uma série de pseudo-reportagens que branqueavam indecentemente o fenómeno dos gangs e o problema de insegurança com que vivem os muitos milhares de pessoas que vivem na Grande Lisboa, sobretudo nos subúrbios, mas também no centro da cidade. Sobre esse branquamento, não vou estender-me, porque subscrevo inteiramente o post do Pedro Silva, publicado neste Blog no dia 3 de Julho, com o título BRANQUEAMENTO...SIC.
Escandaloso, sem dúvida nenhuma, foi o aproveitamento político que a Diana Andringa procurou fazer desta questão. Mais escandaloso ainda porque se trata de uma pessoa que deve a sua notoriedade pública ao facto de ter sido jornalista. O que ela fez não é jornalismo mas sim propaganda primária destinada a captar o voto dos eleitores de fenótipo castanho muito escuro do Concelho de Oeiras. Isto não é uma meneira séria de fazer política, e muito menos de fazer jornalismo. Com o seu brilhante documentário, a Diana Andringa prestou um péssimo serviço ao jornalismo, e pior ainda à política. Outra coisa não seria de esperar de alguém que se deixa seduzir pelo discurso anti-sistema do Bloco de Esquerda. POR ISSO É QUE FIQUEI COMPLETAMENTE PASSADO DA CABEÇA QUANDO ME VI A SER COMPARADO COM A DIANA ANDRINGA, E COM O MEU POST DE AGRADECIMENTO PÚBLICO A QUEM NA VERDADE FACILITOU A VIDA AOS DELINQUENTES A SER ROTULADO DE DELÍRIO BLOQUISTA.
Pois bem, numa tentativa, porventura vã, de esconjurar esta praga que me tem valido valentes insónias, resolvi seguir o trilho da Andringa, e, mesmo não sendo jornalista, fiz uma pequena investigação sobre o que se passou nesse dia na Praia de Carcavelos.
Eu soube do caso do arrastão pela televisão, como a maior parte das pessoas que não estiveram na Praia de Carcavelos nesse dia. Fiquei impressionado, dado o número de pessoas envolvidas apontado: 500!!! Só quem não anda nas ruas de Lisboa, só quem não anda de transportes público, só quem nunca frequentou escolas públicas, quem tem deficiências mentais profundas ou então quem é tapadinho de todo é que pode dizer que nunca ouviu falar ou teve sinais da existência da gangs, grupos de adolescentes que se juntam para se dedicarem a actos de delinquência de forma organizada. Mas, sendo um gang constituído por algumas dezenas de pessoas, talvez um máximo de 40, juntar 500 pessoas numa acção concertada exigia uma certa capacidade de organização.
Como não estive lá, fiz como a Andringa, fui falar com pessoas que tivessem dados concretos sobre o acontecimento. Não fui falar com a Polícia, não valia a pena, a Andringa já o tinha feito por mim. Fui falar com pessoas com quem a Andringa não falou.
Calha por acaso que uma amiga minha, desempregada como eu, ‘trabalha’ em troca da manutenção do subsídio de desemprego num programa de ocupação de tempos livres num bairro social do Concelho de Oeiras. Dá explicações de biologia, física, matemática e outras matérias tão do agrado dos jovens estudantes dos bairros degradados. Portanto, a minha amiga dá explicações a alguns dos simpáticos jovens que estiveram nesse dia na Praia de Carcavelos. APOSTO QUE A ANDRINGA NÃO TEM AMIGAS DESEMPREGADAS QUE DÃO EXPLICAÇÕES A DELINQUENTES.
Mas, voltemos ao assunto. Os simpáticos jovens deram à minha amiga a sua própria versão dos factos ( já agora, ninguém achou estranho que nos dias que se seguiram ao acontecido, nenhum jornalista tenha procurado entrevistar algum destes simpáticos jovens? nem nenhuma das eventuais vítimas?).
Segundo eles, o que realmente aconteceu, foi um acto de vingança contra os concessionários dos cafés e bares da Praia de Carcavelos. Portanto, houve de facto premeditação, não para roubar (daí que não tenha havido queixas por roubo na PSP), mas para criar uma sensação de insegurança que afastasse as pessoas da Praia, e por essa via prejudicar o negócio aos concessionários. O porquê do acto de vingança, não sei, presumo que possa estar ligado a alguma forma de extorsão. Não eram 500, mas eram vários gang a actuar concertadamente ( 500 terá sido o número de pessoas de fenótipo tipicamente africano que estavam na área, umas por acaso, outras não- toda a gente sabe que Carcavelos de enche de pretos (e também de pessoas com outros tons de pele) ao fim de semana ou nos feriados). O que se viu nas poucas imagens que pudemos ver, foi uma rixa entre gangs de cabo-verdianos contra gangs de angolanos. Não sei se sabem, mas as duas comunidades étnicas não nutrem uma particular estima mútua. Para os angolanos, os cabo-verdianos são africanos de segunda.
Esta ideia de que não houve um verdadeiro arrastão, no sentido brasileiro do termo, é corroborada por outro amigo meu, que esteve na praia nesse dia, à hora dos acontecimentos. APOSTO QUE A ANDRINGA NÃO TEM AMIGOS QUE TENHAM ESTADO NA PRAIA DE CARCAVELOS NO DIA DO ARRASTÃO!
Este meu amigo NÃO DEU POR NADA. Ninguém o incomodou, e nem sequer notou nada de anormal para um dia quente numa praia cheia de gente. A praia é grande, é natural que estivesse numa zona diferente, mas a verdade é que só soube do arrastão quando chegou a casa e viu na TV.
Quanto aos concessionários, lembro-me de ver declarações na TV em que um concessionário se queixava da falta de policiamento, e de como era isto estava para acontecer, porque já tinha havido sinais antes. Presumo que estivesse a referir-se implicitamente a anteriores manobras de intimidação ou de extorsão. Entretanto, é natural que os concessionários, tendo compreendido a mensagem, não tenham querido prejudicar mais ainda o negócio alimentando especulações.
É inegável, pelo menos parece-me a mim inegável, que houve inicialmente uma tentativa de aproveitamento sensacionalista do acontecimento por parte da comunicação social, sobretudo das estações de TV. Porque razão não se seguiu uma investigação jornalística séria sobre o acontecimento, ou mais genericamente sobre o fenómeno dos gangs, não sei, não percebo, e acho que é um preocupante sinal da crescente falta de qualidade do jornalismo made in Portugal. Pelo contrário, o que se seguiu foi uma série de pseudo-reportagens que branqueavam indecentemente o fenómeno dos gangs e o problema de insegurança com que vivem os muitos milhares de pessoas que vivem na Grande Lisboa, sobretudo nos subúrbios, mas também no centro da cidade. Sobre esse branquamento, não vou estender-me, porque subscrevo inteiramente o post do Pedro Silva, publicado neste Blog no dia 3 de Julho, com o título BRANQUEAMENTO...SIC.
Escandaloso, sem dúvida nenhuma, foi o aproveitamento político que a Diana Andringa procurou fazer desta questão. Mais escandaloso ainda porque se trata de uma pessoa que deve a sua notoriedade pública ao facto de ter sido jornalista. O que ela fez não é jornalismo mas sim propaganda primária destinada a captar o voto dos eleitores de fenótipo castanho muito escuro do Concelho de Oeiras. Isto não é uma meneira séria de fazer política, e muito menos de fazer jornalismo. Com o seu brilhante documentário, a Diana Andringa prestou um péssimo serviço ao jornalismo, e pior ainda à política. Outra coisa não seria de esperar de alguém que se deixa seduzir pelo discurso anti-sistema do Bloco de Esquerda. POR ISSO É QUE FIQUEI COMPLETAMENTE PASSADO DA CABEÇA QUANDO ME VI A SER COMPARADO COM A DIANA ANDRINGA, E COM O MEU POST DE AGRADECIMENTO PÚBLICO A QUEM NA VERDADE FACILITOU A VIDA AOS DELINQUENTES A SER ROTULADO DE DELÍRIO BLOQUISTA.
4 Comments:
sobre o fenómeno dos gangs, de todas as cores, haverá ainda muito poara dizer...
aguardem!
onde é que está esse insulto para eu me rir um bocado, que bem preciso...
surreal a falta de comentários neste post e no que aborda o artigo da Palmira. omissões ou distracções?
Não é vistodecima.blogspot.com, é roofjoe.blogspot.com.
Enviar um comentário
<< Home