Coincidências...

Como as 27 pessoas que lêem este blog( e juram para nunca mais) sabem ,há perto de 3 anos atrás portugal estava em crise. Portugal está sempre em crise. Mas há perto de 3 anos atrás o psd estava no poder e descobriu que portugal estava em crise. O sr.barroso, o nosso bem amado primeiro ministro da época e a sua ministra das finanças decidiram que era urgente e necessário arranjar receitas extraordinárias para pagar o défice das contas do estado.

Para tal efeito lembraram-se de vender bens do estado. Podia ser pior;podiam ter-se lembrado de,por lapso, venderem o Estado.

Uma das vendas de bens que foi efectuada foi a de uma arêa monstruosa , a quinta da falagueira , na amadora , perto de lisboa.

Antes da venda ser efectuada, e se saber que a mesma iria ser efectuada, salvo erro, o sr .barroso, foi passar umas mini-férias de natal ao brasil. Foi para uma ilha conjuntamente com o proprietário da mesma ,o sr pereira coutinho, ilustre empresário de automoveis ao que parece. Durante a refrescante ida até à ilha do sr coutinho, o sr barroso ao que se sabe ,confidenciou ao sr coutinho que portugal estava em crise (qual é a novidade , estamos em crise há 800 anos) e que todos não seriam de mais para "ajudar" a tapar buracos nas contas públicas.

O sr coutinho ,assim de repente , não se lembrou de nada ,mas depois, num vislumbre de génio e como é patriota ,lembrou-se que sempre tinha gostado da arêa da falagueira. Ele apreciava ,particularmente, o ar decadente e sujo dos prédios ,a atmosfera demodé ,como se ,estando na falagueira , se estivesse, permanentemente a participar num qualquer festival de angústia nas cidades de leipzig ou dresden pré 1989 ; que a arêa da falagueira apresentava.

Também a relativa insegurança urbana que a arêa possuia com os assaltos,o transito caótico e desordenado , os jovens bandos de adolescentes a importunarem pessoas; os maus espaços de estacionamento, tudo isso estusiasmava de forma tremenda o sr coutinho.

Todo aquele ambiente deprimente ,suponho eu , inspirava o sr.coutinho a pensar, filosoficamente , acerca do sentido da vida, no que nós todos andamos aqui a fazer, enfim;toda uma "angst" que o meu colega de blog , pinto ribeiro conseguirá traduzir e explicar melhor do que eu.

E ofereceu-se , graciosamente ,para libertar o estado portugues daquela parcela do seu territorio , mediante o pagamento simbólico de uma quantia já substancialmente baixa.

E assim foi feito.

Perguntarão voçes, as 27 pessoas que ainda lêem este blog, qual terá sido a razão pela qual o sr coutinho decidiu comprar aquele pedaço de esterco suburbano num sitio chamado falagueira?

Eu suponho que , primeiro por amor a portugal.

Depois pelo desejo secreto de contruir nesse sítio uma habitação que reflectisse o despojamento ao dinheiro , o acto de viver como um suburbano que, como se sabe, é a ambição secreta de todos os empresários. Cansados de festas do jet -set e mundanidades , preferem quase sempre, recolher-se em subúrbios sujos e degradados.

Passaram quase 3 anos e, ao que parece, na zona da falagueira ,vai surgir uma estação de metropolitano.

Infelizmente essa estação de metro vai atravessar toda a arêa degradada onde o sr coutinho íria , especulo eu , construir um retiro dedicado a glorificar a vida nos subúrbios. Lamentavelmente, o Estado portugues vai ter que expropriar por preços muito elevados aquele infame terreno. E ,dessa maneira , fazer com que o sr. coutinho tenha um grande desgosto pela perda da terra em questão.

Sim, porque o dinheiro não é tudo.

P.S 1: o primeiro ministro que sancionou o negócio teve como presente do destino ou da providencia(para quem acredita nela) ser presidente da comissão europeia.

P.S 2 : noticia do publico descaradamente roubada do www.blasfemias.blogspot.com/

«(...) O especialista em Transportes Fernando Nunes da Silva diz que é escandalosa a maneira como têm sido geridas as expropriações para a construção do Metropolitano de Lisboa. "O Governo vendeu um terreno na Falagueira e depois expropriou-o para construir a estação, mas a um preço superior, dadas as expectativas entretanto criadas na zona pela passagem do metro. (...) aquele professor catedrático disse que negócios idênticos foram feitos aquando da construção das estações do Alto dos Moinhos, Campo Grande e Odivelas ...)»
(no Público)

P.S 3:http://www.noticiasdaamadora.com.pt/nad/PrintVersion.php?aid=6835 - noticia relacionada e descaradamente roubada aquele blog lá em cima.

P.S 4 - vamos até bruxelas buscar o sr barroso pelas orelhas?