segunda-feira, julho 04, 2005

PORQUE NÃO CONCORDO COM PARTE DO ARTIGO "E SE..."

Pinto ribeiro:
O que eu concordo:
- Concordo com o facto de os professores terem que ser postos no mercado de emprego.
- Concordo com o facto de o monopolio da igreja católica no ensino ter que ser derrubado.
O que eu tenho dúvidas:
- Quanto a autonomia das escolas tenho duvidas que tal tivesse real eficácia em portugal ,e mais ainda , se isso nao levaria a uma total confusão curricular entre as mais variadas escolas ,cursos ,pedagogias.
- Quanto a questão de os privados terem total liberdade e o estado apenas fiscalizasse e gerisse, lamento ,mas sou contra e além disso sou absolutamente pessimista-realista neste aspecto.
Pelo seguinte sentido;acho improvável que um estado que funciona mal na area da educação(e noutras) seja capaz de fiscalizar melhor e gerir melhor do que aquilo que funciona.
""""E se o Estado pagasse as despesas decorrentes da colocação dos nossos filhos nas escolas privadas que nós, em real liberdade, escolhessemos? """"
- Talvez fosse um bom principio a adoptar,mas garantiria mesmo melhores aplicações de recursos e baixa dos custos? Num país corrupto como portugal não começariam a ser criados "arranjinhos" entre privados? Entre outras distorções? Além disso eu ,a nível pessoal já experimentei o ensino privado e tenho a dizer que é do pior - ou seja tenho a pior opinião que se pode ter daquilo. Ou seja aqui ,outro grande "se"
O que eu também teria escrito:
- Fim da possibilidade de qualquer professor em qualquer arêa ou grau de ensino poder da aulas em mais do que um estabelecimento de ensino;
- Exigencia de provas para se entrar para o ensino; não por convite, como acontece a nivel universitário;
- Exigência de prazos e cumprimento dos mesmos em relacao a calendário de testes e respectiva entrega e calendário de aulas e respectiva matéria sumarizada ,disponivel pela internet.
- Fim do sistema que possibilita que existam universidades privadas que tem isenções fiscais ou dinheiro atribuido para receberem alunos em certas condições
- Fim da possibilidade de existência de cooperativas de ensino.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois, é o que dá abordar pela rama.

1. Já dei aulas no secundário (em mais do que uma escola) e no superior (em mais do que uma escola), e entrei sempre por concurso.

2. os profs. do superior só podem vender aulas em mais do que um local se abdicarem de 1/3 do salário.

3. No coreto onde toco existem "prazos e cumprimento dos mesmos em relacao a calendário de testes e respectiva entrega e calendário de aulas e respectiva matéria sumarizada ,disponivel pela..." intranet.

4. "Fim da possibilidade de existência de cooperativas de ensino". Porquê? Porque sim?

2:50 da tarde  
Blogger SATANUCHO said...

quanto às cooperativas não vejo porque não . o probloema aqui reside no facto de se encararem as universidades como empresas cujo objectivo primo é o lucro e não a formação . existem cooperativas que são uma desgraça, visitei a universidade independente e aqulesa instalações são uma vergonha

2:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

De acordo, Satanucho. É que, por exemplo, a Árvore é uma cooperativa. Não, não estou ligado a eles e nem tenho procuração, mas sei que o lucro não é seguramente um dos objectivos. Sei também, que cada aluno é efectivamente membro da cooperativa, com todos os deveres e direitos que isso implica.

O problema são os gajos que são os mais espertos da rua deles. Aproveitam-se do conceito e fazem modernas e companhis.

3:03 da tarde  
Blogger SATANUCHO said...

cacos= filhos???

3:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pinto Ribeiro, assino pos baixo o teu ponto 2.

3:07 da tarde  
Blogger SATANUCHO said...

retiro o que disse em relação às cooperativas , estava errado, agora vou bulir e só venho à noitinha

3:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Claro que TEM que mudar. Sabes que mais? Tenho vergonha de alguns dos músicos que tocam pífaro aqui no coreto. Morro de pânico de ter que apresentar alguns deles (e não são assim tão poucos) aos meus amigos.

3:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

sobre os cheques-escola, que já são aplicados nesse ex-paraíso da social democracia que é a suécia, vejam o seguinte artigo:http://news.bbc.co.uk/1/hi/education/3717744.stm

reparem como, mesmo na suécia, quem beneficia de tal sistema são apenas as classes sociais mais abastadas.

sobre as escolas privadas em portugal: espero que tenham a noção de como são construidos os rankings! fácil, os alunos mais fracos vão sendo 'encorajados' a mudar de escola, por supostamente 'não aguentarem o ritmo'. na realidade, a selecção darwinista dos melhores processa-se de três maneiras:
1-mesmo ao nível da primária, e mais ainda para os seguintes ciclos, os mais fracos nem sequer chegam a entrar< (ex. concreto: os salesianos fazem exames de admissão porque, dizem eles, têm muitos alunos em lista de espera).
2-aqueles que, a dado ponto do seu percurso, se deparam com dificuldades, em vez de serem apoiados, são, em muitos casos, vítimas de processoas de assédio moral que destroem a sua autoconfiança, e acabam por não aguentar e mudam de escola. ex. concreto: maristas. uma amiga é lá professora de desenho. é obrigada a 'ajudar' os alunos mais bem classificados (na prática tem de lhes fazer os desenhos). está proibida de prestar qualquer apoio aos alunos considerados mais fracos, mesmo que até tenham talento. e já é assim há muitos anos.
3-inflacionando as notas finais daqueles que ultrapassam a selecção darwinista.

não admira que, chegados ao 12º ano, tenham todos excelentes notas. poderia dar mais exemplos de colégios em que isto acontece, católicos e não confessionais. mas não vale a pena. basta ir ver as listas dos rankings.

também passei pelos três sistemas: colégio católico, escola particular não confessional e escola pública.
a escola pública em que estudei era na altura considerada das piores de lisboa, uma vez que era frequentada pelos moradores do casal ventoso, da serafina e das vilas degradadas de campo de ourique. foi de todas a melhor. tinha professores que de facto se preocupavam com os alunos, uns melhores, outros mais fracos, tinha um serviço de orientação escolar, coisa que nos colégios se paga à parte e bem caro. mas sobretudo dava aos alunos a possibilidade de se cruzarem com pessoas de diferentes classes sociais em vez de ficarem fechados nos seus guettos. e da minha turma do 12º, dos 7 alunos então inscritos na cadeira de física, um chumbou, os outros entraram todos para a faculdade pública (isto em 1994, quando a geração correspondente ao pico demográfico chegou ao 12º).

quem gosta de malhar no ensino público esquece-se de que um dia pode acontecer-lhe que a frequência do ensino público seja a única possibilidade de dar não só educação, mas também uma refeição minimamente decente aos filhos.

quanto Às crianças sobredotadas, nem o sistema público nem o privado respondem às suas necessidades. mas também não respondem às necessidades dos outros.

so mais uma coisa: o senhor roberto carneiro pode ser muito opus, mas é para os filhos dos outros. os dele andaram todos na escola preparatória paula vicente, e a seguir no liceu raínha dona amélia.

4:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

pinto ribeiro:
desculpe mas essa de por a filha de 8 anos a ter explicadora poe-me os cabelos em´pé. deixe lá a miúda ser criança, ponha-a mas é a saltar ao elástico e à macaca, que vai ver que ela até aprende melhor!

deixe-a ser feliz enquanto pode!

4:48 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home