o canalizador chinês...
foi o título de uma crónica este fim de semana. No " Expresso ", que voltei a ler, impelido pela prosa acutilante de Vasco Pulido Valente. O resto do domingo nem foi mau. Tive tempo para dormir, comer, fazer compras. Mau mau, só a leitura dos jornais. Para lá das críticas agradáveis ao projecto Kubik, dfo meu amigo Vitor Afonso, uma enorme azia, um enorme desconforto. Escreve o não menos iluminado João Pereira Coutinho um texto onde a direita liberalóide destila o seu mau estar face a Alberto João e se distancia, numa pose cosmopolita, da postura xenófoba. Sim, porque, ele, JPC não teme a "simples possibilidade de abertura e concorrência". Vai daí a comparação com o "canalizador polaco " da anedota francesa. Só há um pequeno grande contra. Ao falarmos de chineses não estamos a falar de canalizadores. Estamos a falar de empresários sem escrúpulos com benefícios fiscais. Perguntem aos poucos trabalhadores portugueses que por lá são EXPLORADOS o que pensam dos pobres chineses. Eu tenho-os ouvido. Eu tenho comércio chinês ao meu lado. E, sosseguem , não me fazem concorrência. Mas insultam-me enquanto cidadão. Eu não quero aquilo no meu país. Eu estou do lado das infelizes que por lá passam, por exemplo. Não sei se isto é ser xenófobo. Mas sei o que levou à derrota da esquerda e de certa direita no referendo em França. E sei que A.J.J. está errado na forma mas não no conteúdo. E a tentar capitalizar um descontentamento crescente no tal país real de onde saem os Le Pen. Sei que as pseudo élites de Lisboa estão desfazadas do que pensa o país. Que os políticos não representam nada nem ninguem. Que os Pereira Coutinho e os Daniel Oliveira não têm credibilidade nenhuma e que a visão que têm do país é a que eles gostavam que o país fosse. Enquanto todos vão falando de costas voltadas para o cidadão comum e evitando discutir o que tem de ser discutido, A.J.J. pode ir dizendo o que muitos pensam em voz baixa. Como as autárquicas vão mostrar com as prováveis vitórias ( preocupantes ) de Valentim Loureiro ou Ferreira Torres o que valem as caganças das nossas élites. Enquanto isso todos aplaudem essa caricatura do cavaquismo, Marques Mendes. O tal que é "desfeito", "triturado" por acusações brutais e factuais de Isaltino Morais ou Valentim Loureiro. Onde está bem presente tudo o que de muito mau está na política portuguesa. Um dia destes acordamos e temos uma qualquer frente nacional a pulverizar o eleitorado português. Pois é. Mas não faz mal porque não discutimos nem fomos "xenófobos & racistas". O povo é que é estúpido.
1 Comments:
a que ponto chegamos em portugal (e na europa).
a china está de facto a ameaçar o bem estar de que a europa ainda aufere, porque lhe foi permitido entrar no jogo da liberalização do comércio internacional através da OMC, sendo que ninguém exige à china que aplique para si própria as políticas de rigor orçamental ou as políticas monetárias a que na europa os estados estão obrigados por essa entidade que ninguém controla e que se chama banco central europeu (fora da alçada do tribunal de justiça das comunidades, ninguém sabe muito bem porquê).
assim, a china joga o jogo do ultra-liberalismo com as armas da planificação centralizada, da mão-de-obra escrava, do desrespeito total pelo ambiente e pelo estilo de vida tradicional da sua população (p.ex, construindo mega-barragens pagas pelo banco mundial).
a vingança é um prato que se serve frio, e a elite que governa a china não se esquece das guerras do ópio, da guerra dos boxers, etc, etc,etc.
acenam às multinacionais com a possibilidade de investimentos lucrativos, e em nome das «oportunidades de negócio» estamos a abrir completamente o nosso mercado, enquanto que para se entrar na china só estando associado a empresas chinesas.
o melhor exemplo do que é a china é o caso da falência da rover no reino unido!
mas como a europa está a ser governada não em função do bem-estar dos cidadãos, mas sim dos interesses dos lobbies, há-que escamotear a gravidade do problema.
os EUA não estão muito ralados, porque os chineses lhes andam a financiar o défice, mas aqui na europa nada justifica a cegueira das «elites», excepto este falso complexo de culpa moralista de que os europeus é que são maus e racistas e por aí fora. essas pessoas não têm a menor noção do que se passa na china, apenas compram a propaganda que o próprio governo chinês lhes oferece.
digo eu, que sou de esquerda e odeio o alberto joão jardim e a forma como ele tem vindo a destruir tudo o que a madeira tinha de bom.
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